IMPORTÂNCIA DA ÉTICA


Ética Socrática


PRINCÍPIO BÁSICO:
As 2 máximas de Sócrates (c. 469 – 399 a.C.)
“Só sei que nada sei” e “Conhece-te a ti mesmo”.
Para ele o supremo bem, a virtude máxima é a sabedoria.
CARACTERÍSTICAS:
- Assim como Platão e Aristóteles, considerava o homem um ser
social, político.
- Para Sócrates, conhecendo o bem, por conseqüência o homem
pratica-lo-á e será feliz. Quem faz o mal é porque não
conhece o bem, pois conhecendo-o, não agiria contra “o que
tem no coração”, para não ser infeliz (O mundo de Sofia, p. 84).

Ética Platônica (“Filosofia do bosque”)


PRINCÍPIO BÁSICO: Para Platão (427 – 347 a.C), todos os fenômenos naturais são meros reflexos de formas
eternas, imutáveis, as idéias, sugerindo o “mundo das idéias”.
CARACTERÍSTICAS:
- Discípulo de Sócrates, de quem registrou e desenvolveu as idéias, ensinava no “ bosque Academus”
procurando embasar a teoria da conduta em bases racionais, para serem sólidas, imutáveis.
- Era “dualista”: os homens são formados por 2 naturezas: material (corpo, perecível) e espiritual (alma,
imortal).

- A lógica e a razão são os instrumentos para atingir a sabedoria.
- O problema moral não é individual, mas coletivo, social e cabe ao estado providenciar educação aos cidadãos
para conheçam e pratiquem as virtudes, o que torna-los-á felizes.
- Em “A República” propõe o Estado modelo, utópico, com governantes filósofos,

dividido em 3 castas:

- CORPO -> à CABEÇA PEITO BAIXO VENTRE
- ALMA -> à Razão Vontade Desejo
- VIRTUDE -> à Sabedoria Coragem Temperança
- ESTADO -> à Governantes Segurança Trabalhadores

Ética Aristotélica (“Filosofia peripatética: do passeio”)

PRINCÍPIO BÁSICO: Aristóteles (384 – 322 a.C.), aluno do Academus, diz que a
felicidade só pode ser conseguida com a integração de suas 3 formas: prazer,
virtude, sabedoria (ou: prazeres/satisfação + cidadania responsável +
filosofia/ciência).
CARACTERÍSTICAS:
- A felicidade é um processo de busca constante da virtude, que é o
desenvolvimento das faculdades naturais, e deve sempre obedecer a “lei do
meio termo”, do equilíbrio (“Virtus in medium est”).
- Contrariando Platão, propõe o estudo do mundo usando não só a razão (mundo
mítico das idéias: visão racionalista) mas também os sentidos para observá-lo
como ele é (visão empírica), criando a metodologia científica.
- Sua famosa frase: “O homem é um animal político por natureza”, expõe seu
pensamento quanto ao fato do agir social humano.
OBS.: A mulher é passiva, inferior, mera receptora da ‘semente de humanidade’,
fornecida pelo homem (idéia que vigorou até a idade média, no ocidente).


Ética Epicurista (“Filosofia do jardim”)


PRINCÍPIO BÁSICO: Os seguidores de Epicuro (341 – 270 a.C.) tinham como bem
supremo a felicidade, a ser atingido por meio dos prazeres (eudemonismo
hedonista) e os do espírito são mais elevados que os do corpo. Seu objetivo
maior era afastar a dor e os sofrimentos.
CARACTERÍSTICAS:
- Consideravam a prudência a virtude dos sábios.
- A ética epicurista é individualista, com certo utilitarismo egoísta.
- Admitiam 3 classes de prazer:
- Naturais e necessários (Ex.: satisfação moderada dos apetites);
- Naturais mas não necessários (Ex.: gula, ócio);
- Nem naturais nem necessários (Ex.: glória).

Ética Estóica (“Filosofia do pórtico ” (Grego Stoa))

PRINCÍPIO BÁSICO: Zenon (de Chipre, c. 300 a.C.) fundou esta filosofia que ensina a ética da
virtude como fim: o estóico não aspira ser feliz, mas ser bom.
CARACTERÍSTICAS:
- Propunham o direito (normas éticas) universalmente válido, atemporal: o direito natural.
- Professavam o monismo: os seres têm apenas uma natureza (todas as pessoas são parte de
uma mesma razão universal, o “logos”)
- Ensinavam que se deve desligar-se das afeições, do mundo exterior e viver conforme a
natureza concebida pela razão.
- Eram fatalistas: Nada acontece por acaso e o destino de todos está traçado.
- Tanto as coisas felizes como as desgraças são coisas naturais e devem ser aceitas com
naturalidade (com estoicismo).
- NOMES: O imperador romano Marco Aurélio (121 - 180), Sêneca (4 a.C - 65 d.C.), Cícero (106
- 43 a.C).

Ética formal (Ética do dever ou ética da atitude)

PRINCÍPIO BÁSICO: Immanuel Kant propôs diretriz formal a que chamou “imperativo
categórico” (vale sempre e é uma ordem): “Age sempre segundo aquelas máximas
através das quais possas, ao mesmo tempo, querer que elas se transformem em lei
geral” (O mundo de Sofia, p. 356, 357).
CARACTERÍSTICAS:
- Aceita a premissa básica da ética empírica: E possível distinguir o certo do errado através da
experiência, do resultado do procedimento, da observação sensorial do que de fato
ocorre no mundo, mas
- Juntamente com a premissa da ética racional: A razão deve ser consultada na
investigação do fim último da existência humana.
- Definiu “máxima” como: princípio subjetivo, autônomo, interno (ligada à idéia do dever à
ética do dever). Lei moral: princípio objetivo, universal (diz como conduzir-se).
- Autonomia e Heteronomia: Kant diz que a atitude ética é proveniente da vontade do agente
(autonomia) e não de outrem (heteronomia). Uma ação é correta se feita com “boa
vontade”, pureza de intenção, independente de sua conseqüência (ética da atitude).
- Classificação das ações:
- - A à Contrárias ao dever
- - B à Conformes ao dever: - B.1.à Feitas por dever
- - B.2.à Não feitas por dever (mas por outro motivo)
(Ex.: Conservar a vida (é um dever) por dever mesmo quando não há mais apego a ela).

Ética dos valores

PRINCÍPIO BÁSICO: Uma ação é boa (e conseqüentemente é um
dever) se estiver fundamentada em um valor (Kant, de modo
inverso, se baseia na idéia do dever: uma ação é boa, tem
valor, deve ser feita, se obedece o “princípio categórico”).
CARACTERÍSTICAS:
- Os valores existem e devem ser descobertos, ensinados e
aprendidos.
- Axiologia: Ciência que estuda os valores, sobretudo os morais.
- Os valores obedecem a uma escala hierárquica e podem ser
classificados em: a) vitais; b) espirituais; c) religiosos, etc.
Exs. de valores: Justiça, Caridade, Temperança, família, pátria, liberdade,
fraternidade, igualdade, ...

Ética dos valores

n Moral cristã (= “ocidental”)
n Santo Agostinho (354 – 430)
n São Tomás de Aquino – Tomismo (1225 – 1274)
n Moral cristã (= “ocidental”)
PRINCÍPIO BÁSICO: Cristo reafirmou a doutrina bíblica do Antigo Testamento (decálogo), mas
ressaltou enfaticamente 2 mandamentos: (1) “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o
coração, com toda a tua alma e com toda a tua força” e (2) “ao próximo como a si
mesmo” (Deuteronômio, VI, 5 e Levítico, XIX, 18).
CARACTERÍSTICAS:
- Cristo põe de forma pró-ativa a lei de ouro da ética “Não faça ao outro o que não queres que
o outro te faça”, dizendo: “Tudo que quereis que os outros vos façam, fazei primeiro a
eles” (Mateus, VII, 12).
(“Bastaria a sua observância para a desnecessidade de qualquer outro comando ético ou
legal” – J. R. Nalini).

Ética dos valores - Moral cristã (= “ocidental”)

n “Lei de ouro da ética” (Não faça ao outro o que não queres que o outro faça a ti)
vista por outras religiões
- Hinduísmo: “O dever é, em suma, isto: não faças aos outros aquilo que se a ti for feito, te
causará dor”. Mahâbhârata, 5, 1517.
- Budismo: “Não atormentes o próximo com o que te aflige”. Udanavarga, 5, 18.
- Confucionismo: “Não faças aos outros aquilo que não desejas que te façam”. Analecto, 15, 23.
- Zoroastrismo: “Só terás boa índole quando não fizeres aos outros o que não for bom para ti
próprio”. Dadistani-dinik, 94,5.
- Taoísmo: “Considera o lucro do teu vizinho como se fora o teu próprio e o prejuízo do teu
vizinho como se fora teu próprio prejuízo”. T’ ai Shang Kan Ying P’ ien.
- Judaísmo: “Se algo te fere, não o use contra o próximo. Isto é todo o Torah; o mais simples
comentário”. Talmude.
- Islamismo: “Ninguém será um crente enquanto não desejar para o seu próximo aquilo que
desejaria para si mesmo”. Tradições.

Ética dos valores


n Moral cristã (= “ocidental”)
n Santo Agostinho (354 – 430)
PRINCÍPIO BÁSICO: “Ama e faça o que quiseres”.
CARACTERÍSTICAS:
- Os atos humanos serão bons ou maus conforme o for o objeto do seu amor.
- O mal é a ausência de Deus e o bem Sua presença.
- Seguiu, quando jovem, a doutrina maniqueísta (Mani, seu idealizador, pregava um mundo
dividido de modo estanque em bem e mal, luz e trevas, etc.).
- Após conversão ao cristianismo adotou o ideário platônico, “cristianizando-o”. Atribuiu a
Deus as “idéias eternas”: antes de ter criado o mundo Ele já as tinha em Sua cabeça.

Ética dos valores


n Moral cristã (= “ocidental”)
n São Tomás de Aquino – Tomismo (1225 – 1274)
PRINCÍPIO BÁSICO: O tomismo é considerado uma adaptação do aristotelismo e do cristianismo.
(Tomás “cristianizou” Aristóteles - Ver Agostinho)
CARACTERÍSTICAS:
- É a doutrina que mais influenciou a Igreja Cristã.
- Ensinou que, assim como existem 2 caminhos para a revelação de Deus, i. é, as verdades
reveladas na Bíblia (“Teologia revelada”) e as descobertas na natureza (“Teologia
natural”), o mesmo vale para o campo moral: Existe o caminho mostrado pela
consciência, “natural”, e dos mandamentos bíblicos.
(Aristóteles também propunha a visão do mundo com “2 lentes” a racional e a
empírica).
- Aceitou o equívoco de Aristóteles da inferioridade da natureza (não da alma) da mulher, o que
se alastrou pela civilização ocidental.
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1.- A república (Platão)
n 2.- Ética a Nicômaco (Aristóteles, Ed. Martin Claret)
n 3.- Ética demonstrada à maneira dos geômetras (Baruch Spinoza, Ed. Martin Claret)
n 4.- Crítica da razão pura (Immanuel Kant)
n 5.- Fundamentos de ética geral e profissional (Marculino Camargo, Ed. Vozes)
n 6.- O mundo de Sofia (Jostein Gaarder, Ed. Cia. das Letras)
(Pontos 7 a 11 do livro: Ética geral e profissional - José Renato Nalini, Ed. Revista dos tribunais, www.rt.com.br)
n 7.- Bioética
n 8.- Ética e sociedade
n 9.- Deveres éticos na família
n 10.- A ética do estudante (de direito)
n 11.- A ética e a vida

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